Kundalini Yoga é uma ciência que trabalha o ser em sua totalidade física, mental, emocional e espiritual. Sabemos que tudo é energia, tudo vibra, inclusive o conjunto de corpos (denso e sutil) que compõem o ser humano. Esses corpos estão em constante troca com o ambiente a sua volta. A maneira como experienciamos essa troca depende da nossa capacidade de transformar energia densa em sutil. 
Resumindo: ou você torna-se consciente do fluxo de energia que alimenta seus padrões de comportamento e domina-o e o direciona para os seus objetivos ou ele domina e dirige você. 
É aqui que o Kundalini Yoga se encaixa: você irá aprender a sentir sua energia, experimenta-la, direcioná-la para estar em equilíbrio diante de qualquer situação.

Kundalini Yoga foi introduzido no Ocidente pelo Mestre indiano Yogi Bhajan em 1968, quebrando séculos de tradição que proibia o ensino de conhecimento para o público – na época essa ciência era unicamente ensinada por yoguis já formados mestres de outras linhas do yoga.

Yogi Bhajan, filho de um médico, nasceu em 26 de agosto de 1929, numa parte da Índia hoje pertencente ao Paquistão. Ele passou sua juventude em ambientes privilegiados, teve uma educação exclusiva. Ele estudou em escolas Católicas, responsáveis ainda hoje pela melhor educação das crianças indianas.

Aos 8 anos de idade ele começou seu treinamento com um professor iluminado, Sant Hazara Singh, quem o proclamou Mestre de Kundalini Yoga aos 16 anos de idade.
No ano 1947, num tempo de guerra civil, baseado em conflitos religiosos entre os muçulmanos e hindus, cheio de tumultos causados pela divisão entre Paquistão e Índia. Tinha, nesse momento em que o Paquistão se separava da Índia, a idade de 18 anos, conseguiu levar a maioria da população, 7.000 pessoas, do seu vilarejo para a região de Nova Deli, em plena caminhada a pé e atravessando as linhas de batalha (aproximadamente 700 km).

Em 1968 ele deixou a Índia e embarcou para o Canadá para ensinar na Universidade de Toronto. Dois meses depois da chegada em Canadá, Yogi Bhajan partiu para uma visita a Los Angeles. Lá ele encontrou-se com inúmeros jovens hippies, que passaram a ter nele uma referencia para genuínas experiências espirituais. Nesta época estes jovens começaram a trocar as drogas pelo Kundalini Yoga e descobriram nesta pratica uma fonte simultânea de reconstruir seus sistemas nervosos e experimentar estados elevados de consciência.


Seus ensinamentos influenciaram âmbitos diversos, tais como os da comunicação, da cura, dos negócios, da religião, da política.
O Verdadeiro Som da Verdade

Em terras Tibetanas Budistas a prece mais comum encontrada em todo lugar , é Om Mani Peme Hung, o mantra deChenrezi, o Buda da compaixão. O mantra originário da Índia, à medida em que migrou para o Tibet, teve a sua pronúncia modificada porque alguns sons na linguagem sanscrita Indiana eram difíceis para os Tibetanos pronunciarem.



Uma antiga estória nos conta de um problema similar. Um devotado praticante de meditação, depois de anos concentrado em um mantra em particular, havia conquistado insight suficiente para começar a ensinar. A humildade do estudante estava longe de ser perfeita, mas os mestres no mosteiro não se preocupavam com isso.
Com alguns anos ensinando com sucesso deixaram o praticante certo de que não precisava aprender com mais ninguem; mas ao ouvir falar de um famosos ermitão que vivia nas proximidades, viu que a oportunidade era muito atraente para ser deixada de lado.
O ermitão vivia sozinho em uma ilha no meio de um lago, desta forma o praticante contratou um homem com um barco para atravessá-lo até a ilha. O praticante foi  muito respeitoso com o velho ermitão. Depois de tomarem chá com ervas o praticante perguntou ao ermitão sobre suas práticas espirituais. O velho lhe disse que não tinha nenhuma prática espiritual, exceto por um mantra que ele repetia o tempo todo para si mesmo.. O praticante estava extasiado: o ermitão estava usando o mesmo mantra; mas quando o ermitão pronunciou o mantra em voz alta, o praticante ficou estarrecido!
"O que está errado?" perguntou o ermitão
"Eu não sei o que dizer. Eu temo que você desperdiçou todas a sua vida! O senhor está pronunciando o mantra de forma incorreta!"
Oh! Isto é terrível. Como eu deveria dizê-lo?
O praticante deu a pronúncia correta, e o velho ermitão ficou muito agradecido, pedindo para ser deixado a sós para que pudesse começar imediatamente na prática. Na travessia de volta o praticante, agora obviamente um mestre completo, ficou refletindo sobre o triste destino do velho ermitão.
"Foi muita sorte eu ter vindo. Pelo menos ele terá um pouco de tempo para praticar corretamente antes de morrer."Neste instante, o praticante percebeu que o barqueiro estava olhando assustado, e se virou para ver o ermitão de pé, respeitosamente, sobre a água  perto do barco.
"Com licensa, por favor. Eu sinto incomodá-lo, mas eu esquecí de novo a pronúncia correta. Você por favor poderia repetí-la para mim?"
" Obviamente o senhor não precisa disto,"gaguejou o praticante, mas o velho insistiu em seu pedido educado até que o praticante demonstrou piedade e repetiu para ele novamente.

O velho ermitão ficou dizendo o mantra muito cuidadosamente, devagar e repetidamente, assim que caminhava sobre a superfície da água de volta para a ilha.

(Conto Tibetano de autor desconhecido)


A Ciência do Seva



A ciência do Seva
19 de Julho 2012 por I. J. Singh

No dia 8 de julho de 2012, poucos dais atrás, estava lendo o encarte de opiniões do New York Times. O título dizia “não seja condescendente, seja feliz” - “Don’t Indulge Be Happy.”. Eu estava ocupado com meu café da manhã e não me interessei pelo artigo, pensando ser mais uma daquelas psicologias pop que tanto conhecia dos turbulentos anos 60.

Mais tarde eu peguei o artigo para ler e sua mensagem bateu direto entre meus olhos – Eu teria dito que o artigo tinha por alvo meu terceiro olho, se tivesse um. O fato é que o conteúdo falou diretamente para os fundamentos de meu dharma.

Este artigo foi escrito por dois acadêmicos: Elizabeth Dunn, professora de psicologia da Universidade de British Columbia e Michael Norton, professor associado da Harvard Business School. A metodologia da pesquisa parece consistente com as regras da academia e sua tese certamente abre algumas janelas na mente. Os resultados mostram, de maneira convincente, que “uma vez você tenha atingido um ganho anual de, digamos, $75.000 (dólares), ganhar mais não necessariamente ajuda. (nos tempos atuais? Eu questionei). Eles continuam: “mesmo crianças sentem-se melhor quando compartilham o que têm.” Os resultados deles apontam para o fato de que o dinheiro é essencial, mas depois de um limite razoável, seu excesso ou concessão sem limites não parece ajudar em nada. E se pensar bem, a linha de corte da pesquisa, $75.000 anuais, não é assim algo inalcançável ou coisa de rico.

Para mim dinheiro significa um meio; criticamente importante mas não um fim em si mesmo. Por mais estranho que possa parecer, ou até mesmo ilógico, os resultados da pesquisa dizem claramente que, a felicidade foi encontrada mais intensamente e de forma mais duradoura em pessoas que gastaram seu dinheiro mais com outros do que consigo mesmas. A pesquisa mostra também que, em lugar de apenas comprar mais, estaremos mais bem servidos se comprarmos menos para nós mesmos e comprarmos mais para outros. Os pesquisadores esclarecem com os resultados que, excesso de gasto não satisfaz a longo prazo. Isto me fez lembrar da frase do Jaap Ji (oração matinal, Jaap Ji, Guru Granth p.1) que diz “Bhukyaa(n) bhukh na utrae jay banna purya(n) paar…”  nossas “necessidades” são poucas e simples e nossas “demandas” são infindáveis.

Quando os pesquisadores descobriram que existe mais alegria em compartilhar do que em simplesmente ser complacente com gastos excessivos, eu imediatamente gravito em direção ao alicerce estrutural do estilo de vida do Sikh Dharma: ganhar honestamente seu dinheiro, compartilhar com os outros, e ambos guiados pela consciência da presença do Infinito em nós, e da conectividade que ela permite. Estes são os fundamentos de uma sociedade estável, progressiva e igualitária.  

Seva é o conceito do Sikh Dharma (Sikhi) que se baseia  no compartilhar a propria vida com outros. Seva é o doar para os que estão em necessidades, não apenas porque eles precisam, mas sobretudo, porque fazer isto responde à nossa necessidade interna de compartilhar. Seva é uma necessidade existencial.

No Sikh Dharma, Seva não é  barganha e sequer quem a pratica espera retribuição. É muito comum para nós  humanos reclamar quando  o dinheiro não aparece, a despeito de nossas preces. Sim, parece que os seres humanos carregam em seu DNA a propensão de esperar pela retribuição imediata de seus bons atos. É por isso que o Guru Granth nos pede para abandonar o ego quando fazemos Seva, para que assim, a causa se torne maior do que quem se oferece a ela. (Aap gavayay seva karay taa kitch paayay maan…Guru Granth p. 474). Pensamento semelhante ressoa nas palavras de Sao Francisco de Assis: “dando é que se recebe”.

A busca pela gratificação imediata e o sentimento de que só você merece precisam ser transmutados. Isto é o que o Guru Granth diz, e é exatamente isto que os cientistas estão nos dizendo.
Dunn e Norton sao cientistas. O rigor de seu treino para investigar os exime de tender para qualquer religião, credo, costume, tradição, ou visão de mundo. Entretanto, seus experimentos e observações trazem a linguagem e metodologia acadêmica para o que conhecemos genericamente por realidade espiritual.

Ciencia e Seva! Eles se conhecem. Hoje Dunn e Norton exploram a base racional e cientifica da necessidade fundamental da humanidade se ajudar  – Seva.

Os fundamentos do Sikh Dharma poderiam ser sumarizados em:
1. Nossa felicidade é inversamente proporcional ao tempo que passamos obcecados sobre nossos próprios predicados na vida;
2. Seva não é algo que fazemos; é algo que  somos ou nos tornamos, uma vez que seva é um estilo de vida;
3. Seva é a fonte de todo poder e o caminho para elevar a si e a humanidade; e
4. Seva nunca é uma transação comercial.

O caminho do descobrimento requer tanto a intuição quanto a lógica, sem o qual a experiência religiosa se reduz  ao dogma, `a superstição; e a ciência sem a alma, sem o proposito, se reduz ao mecanicismo. Muitos pensam que estas duas grandezas são como duas forças paralelas, que não foram feitas para se encontrar jamais. As coisas estão mudando.

(tradução de SS Guru Sangat K Khalsa)